sábado, 28 de janeiro de 2012

Saúde ambiental em debate no Fórum Social Mundial

O tema está na agenda do encontro em Porto Alegre num evento específico que trata de Saúde e Seguridade Social

No Fórum Social Mundial da Saúde 2012 realizado nesta quinta (26) e sexta-feira (27), em Porto Alegre, vigilância em saúde ambiental e prevenção de doenças crônicas não transmissíveis estão entre os principais temas debatidos por representantes de movimentos populares e chefes de estado.
“Um de nossos objetivos é preparar o debate da Rio + 20, especialmente no que se refere a vigilância ambiental, prevendo medidas específicas para os desastres naturais e situações de violência, com parâmetros mínimos de engajamento entre países de forma que nenhuma vítima de catástrofes ou violência permaneça sem socorro”, enfatiza o diretor do Departamento de Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador, Guilherme Franco Netto. Para ele, é fundamental que os países atuem juntos para coordenar medidas emergenciais e otimizar esforços.
Guilherme Franco Netto lembra ainda que serão discutidas ações sobre substâncias químicas com alto potencial tóxico usadas sobretudo por populações empobrecidas. “Estamos recomendando alternativas tecnológicas para substâncias perigosas para a saúde com uso extensivo em setores como agricultura e construção civil, pois elas  sobrecarregam os sistemas de saúde”, adianta.
Experiência exemplar- Uma das experiências exitosas a serem apresentadas no encontro é a da primeira fábrica de preservativos do País, em Xapuri, no estado do Acre. “A fábrica Natex opera com o que há de mais moderno em tecnologia no Brasil e trata-se da única do mundo a fabricar preservativos a partir de látex de seringal nativo”, lembra o diretor-presidente da Fundação de Tecnologia do Estado do Acre (Funtac), Luiz Augusto Azevedo.
Resultado de uma parceria estratégica entre o Ministério da Saúde e o governo do Acre, a fábrica foi construída em 2006, produzindo cerca de 100 milhões de camisinhas por ano. Até 2013, a meta é duplicar a capacidade de produção de preservativos masculinos, passando a beneficiar 1,4 mil famílias. Os seringueiros foram capacitados para atender as exigências técnicas do projeto. Eles vendem o látex extraído da Reserva Chico Mendes e com isso mantém a floresta preservada. O estoque destina-se às campanhas de combate às doenças sexualmente transmissíveis do Ministério da Saúde.
Inicialmente, foram investidos R$ 31,3 milhões na construção, na compra de equipamentos e no treinamento de mão-de-obra. Do total, R$ 19,7 milhões saíram do Ministério da Saúde e da Fundação Nacional de Saúde (Funasa). Para apoiar a meta de dobrar a capacidade de produção anual e de ampliar o número de famílias extrativistas, o Ministério da Saúde repassou cerca de  R$ 5 milhões em 2011 e repassará mais R$ 11 milhões ao longo de 2012. “Dessa forma, a geração de empregos na indústria passaria de 160 para 248”, calcula o diretor-presidente da Funtac. Ele chama atenção para o fato de os fornecedores de látex da fábrica receberem R$ 8,00 por quilo do látex – mais do que o dobro dos R$ 3,50 que costumam ser pagos.
Participação –O Ministério da Saúde ainda participa do Fórum Social Mundial por meio do Departamento de Apoio à Gestão Participativa e discute questões ligadas à gestão do SUS e à participação social, com foco na educação popular.
São gestores, trabalhadores e usuários do sistema que têm a oportunidade de trocar experiências e saberes de forma horizontal. A Tenda traz à pauta de discussões temas que visam a mobilizar e envolver os atores sociais buscando o fortalecimento da gestão participativa no SUS.
O diretor do Departamento de Ouvidoria Geral do SUS (Doges/SGEP), Luiz Carlos Bolzan, representará o Ministério da Saúde na Mesa Redonda que vai falar sobre a construção de sistemas universais de proteção social em tempos de crise capitalista.
Segundo Bolzan, "a seguridade social tem um papel fundamental em tempos de crise, no sentido de resguardar os direitos da sociedade. Os orçamentos públicos não devem sofrer cortes neste setor em decorrência de crise financeira". Por outro lado, ele ressalta o quanto políticas públicas de saúde bem estruturadas podem ajudar a superar a crise, por meio da geração de empregos e distribuição de riquezas. "A proteção social e a gestão orçamentária das políticas públicas são meios importantes de fortalecimento da democracia participativa", completa.
Saiba mais aqui sobre o Fórum Social Mundial Temático
Acesse aqui o site da fábrica Natex

Por Débora Pinheiro, da Agência Saúde
(61) 3315.3174

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