quarta-feira, 16 de março de 2011

Brasil bate recorde em doação de órgãos

Dados do Ministério da Saúde apontam para novo recorde de doações de órgãos no Brasil e crescimento sustentado de transplantes. O número de doadores efetivos (veja na tabela 1) cresceu 14% em apenas um ano. Em 2010, foram registrados 1.896 doadores contra 1.658 no ano anterior. Com esse desempenho, o Brasil atingiu a marca histórica de 9,9 doadores Por Milhão de Pessoas (pmp). Este aumento se deve ao fortalecimento do Sistema Nacional de Transplantes (SNT) e ao aporte cada vez maior de recursos no setor.

A média nacional de doações (9,9 pmp) apresentou aumento de 13,8% em relação a 2009, quando o índice era de 8,7 pmp. Nos últimos sete anos, a média de crescimento anual tem sido de 7%. Alguns estados, como Santa Catariana e São Paulo, mantêm índices de doações próximos aos de países altamente desenvolvidos no setor, como Espanha e Canadá, que mantêm médias acima de 20 doadores pmp. Os índices de doações de Santa Catarina e São Paulo são, respectivamente, de 17 pmp e 21 pmp.

O número de transplantes de órgãos sólidos (coração, fígado, pulmão, rim, pâncreas) cresceu 7% em apenas um ano, seguindo a tendência de crescimento sustentado. No último ano, foram realizados no Brasil 6.422 transplantes do tipo, enquanto que em 2009 foram 5.999. Comparadas as quantidades de transplantes de órgãos sólidos realizadas em 2003 e 2010, o crescimento foi de 53,12%. Em 2003, foram realizados 4.194 procedimentos deste tipo (veja tabela 2).

Já a totalidade de transplantes – considerando órgãos sólidos, tecidos (córneas) e células (medula) – saiu dos 20.253 em 2009 para 21.040 no ano passado (tabela 3). A ampliação do número de transplantes no Brasil se deve ao aperfeiçoamento dos processos de doação, como notificações por morte encefálica mais precoces, cuidado intensivo dos doadores, melhorias logísticas e ao grande aporte financeiro no Sistema Nacional de Transplantes, que tem sido cada vez maior.

O investimento do Ministério da Saúde mais do que triplicou nos últimos oito anos (tabela 4). Em 2010, o valor chegou a R$ 1,198 bilhão. Já, em 2003 o investimento foi de R$ 327,85 milhões. O desempenho reforça a posição do Brasil entre os maiores sistemas públicos de transplantes em todo o mundo. O Sistema Único de Saúde (SUS) responde por 95% dos transplantes de órgãos sólidos.

MEDULA – o número de transplantes de medula óssea apresentou um expressivo aumento, saindo de 1.531 cirurgias em 2009 para 1.695 em 2010, um crescimento de 10,7% em um ano e de 74,38% desde 2003, quando foram registrados 972 transplantes. A grande expansão do Registro Brasileiro de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome) é o principal motivo desse aumento no número de cirurgias do tipo. Atualmente, o Brasil possui dois milhões de doadores cadastrados, sendo o terceiro maior banco de dados do gênero no mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos (5 milhões de doadores) e da Alemanha (3 milhões de doadores). Em 2003, o cadastro brasileiro contava com apenas 49,5 mil voluntários.

EVOLUÇÃO DO NÚMERO DE DOADORES EFETIVOS:
ANO
DOADORES EFETIVOS
ÍNDICE DE DOADORES (PMP)
2003
893
5,00
2004
1.232
6,80
2005
1.078
5,88
2006
1.109
5,98
2007
1.150
6,13
2008
1.317
6,95
2009
1.658
8,70
2010
1.896
9,90

EVOLUÇÃO DE TRANSPLANTES DE ÓRGÃOS SÓLIDOS:
ANO
Total de órgãos sólidos
2003
4.194
2004
4.584
2005
4.293
2006
4.374
2007
4.447
2008
4.718
2009
5.999
2010
6.422

EVOLUÇÃO DE TRANSPLANTES GERAL (órgãos sólidos, tecidos e células):
ANO
TOTAL DE ÓRGÃOS SÓLIDOS, TECIDOS E CÉLULAS
2003
12.722
2004
14.175
2005
15.570
2006
15.788
2007
17.428
2008
18.989
2009
20.253
2010
21.040

EVOLUÇÃO DE INVESTIMENTOS:
ANO
VALOR
2003
R$ 327,85 milhões
2004
R$ 409,4 milhões
2005
R$ 526,6 milhões
2006
R$ 602,9 milhões
2007
R$ 713,1 milhões
2008
R$ 824,2 milhões
2009
R$ 990,51 milhões
2010
R$ 1,198 bilhão


Por Leandro Galvão, da Agência Saúde – Ascom/MS
(61) 3315-3987 / 3580


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