sexta-feira, 12 de maio de 2017

Estudo sobre a persistência do vírus zika em fluidos corporais

4 de março de 2017 - O vírus zika é o primeiro vírus conhecido por ser transmitido aos seres humanos por meio da picada de um mosquito infectado e por meio de relação sexual com uma pessoa infectada. Ao longo de 2016, a OMS, juntamente com a comunidade global de pesquisa, solidificou rapidamente evidências de que a transmissão do vírus zika por meio de relação sexual não era apenas possível, mas mais comum do que se supunha. No entanto, muitas perguntas ainda permanecem sem resposta: quanto tempo o vírus permanece no corpo? Poderia o vírus permanecer inativo em uma pessoa e reaparecer em um estágio posterior? A OMS está coordenando um estudo de pesquisa no Brasil, chamado ZikaBra, para abordar essas questões. As respostas ajudarão a OMS a refinar suas recomendações sobre a melhor forma de prevenir a infecção pelo vírus zika.
transmissaozika 1okCrédito da foto: OMS/E. Kara
O estudo será realizado em três cidades brasileiras: Rio de Janeiro (foto acima), Manaus e Recife. Essas cidades reúnem as características necessárias para fazer parte do estudo; ou seja, áreas com comunidades densamente povoadas e onde houve atividade do vírus zika em 2016. Além disso, os três municípios também possuem redes de saúde comunitária proativas e laboratórios capazes de realizar testes complexos em fluidos corporais.
transmissaozika 2okCrédito da foto: OMS/E. Kara
Os adultos que apresentaram sintomas de infecção pelo vírus zika em centros municipais de saúde, unidades de emergência e clínicas locais da vizinhança, como ilustrado acima, serão convidados a participar do estudo. Caso queiram, pessoas de sua família e seus parceiros sexuais também serão convidados a participar, independentemente de terem apresentado sintomas. Cerca de 1.300 voluntários, no total, deverão ser recrutados nas três cidades.
transmissaozika 3okCrédito da foto: OMS/E. Kara
Antes do lançamento do estudo, a equipe de pesquisa se reuniu na Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado, em Manaus, um centro dedicado exclusivamente ao diagnóstico e tratamento de doenças tropicais. Discutiu-se como os enfermeiros(as) do estudo fornecerão aconselhamento e instrução aos participantes. Os(as) enfermeiros(as) serão treinados(as) para discutir questões íntimas e sensíveis com os participantes, que aprenderão como o vírus zika é transmitido e como prevenir a infecção e gravidezes indesejadas.
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 Crédito da foto: OMS/E. Kara 
Homens e mulheres com sinais ou sintomas de infecção pelo vírus zika serão encaminhados ao enfermeiro(a) do estudo, que perguntará se eles gostariam de participar. Serão informados de que são livres para escolher participar ou não da pesquisa; de que podem se retirar do estudo a qualquer momento; e de que precisam expressar seu consentimento por escrito ("consentimento informado"). Eles também serão questionados se os fluidos corporais coletados podem ser usados em futuros projetos de pesquisa. Esse procedimento padrão é útil para conduzir estudos adicionais, mesmo após muito tempo da conclusão do estudo inicial. Todas as medidas serão estabelecidas e acordadas por comitês de ética nacionais e da OMS para assegurar que os interesses dos participantes do estudo sejam protegidos.
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Crédito da foto: OMS/E. Kara
O vírus zika foi encontrado em fluidos corporais como sangue, urina, sêmen, fluidos cerebrais e espinhais, saliva, líquido amniótico e leite materno. Pesquisas descobriram que o vírus zika pode persistir mais tempo na urina e sêmen do que no sangue. Uma gama de fluidos corporais será recolhida dos participantes durante um período de 12 meses. As amostras serão testadas quanto à presença de vírus zika e às respostas imunológicas dos participantes em diferentes momentos.
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Crédito da foto: WHO/E. Kara
O estudo ZikaBra é liderado pela OMS em colaboração com o Ministério da Saúde do Brasil, Fiocruz (foto acima) e Instituto de Pesquisa Walter Reed do Exército dos Estados Unidos. Todos os parceiros fazem contribuições únicas. A OMS, por exemplo, desenvolveu um protocolo genérico para medir a persistência do vírus zika em fluidos corporais, de modo que os resultados das pesquisas em todo o mundo podem ser comparados, fornecendo um panorama global do vírus zika. O ZikaBra foi desenvolvido usando esse protocolo.
Os resultados do estudo estão previstos para meados de 2018.

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