domingo, 29 de agosto de 2010

Pesquisa mostra que lei antifumo melhorou a qualidade do ar no RJ

Da Redação
O Incor (Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da FMUSP), a Sesdec (Secretaria de Estado de Saúde) e a Defesa Civil do Rio de Janeiro acabam de finalizar pesquisa sobre o impacto da Lei de Ambiente Livre do Tabaco no Estado sobre a qualidade do ar respirado em bares, casas noturnas e restaurantes.
O estudo foi realizado antes e depois de 12 semanas da implantação da Lei Estadual 5517/09, sancionada em agosto de 2009, conhecida como Rio Sem Fumo. O parâmetro para essa avaliação foi a concentração de CO (monóxido de carbono) presente no ar ambiente desses estabelecimentos.
Na média, houve queda de 1.4 ppm (partes por milhão) na concentração desse gás nas áreas estudadas, depois da implantação da lei. Em alguns estabelecimentos, como em bares, as medições caíram de 5 ppm para 1 ppm, nível muito próximo do encontrado em áreas livres da cidade (menos de 1ppm).
Considerado um dos principais componentes da fumaça do cigarro, o monóxido de carbono é identificado como fator de risco para as doenças do coração e dos vasos, quando presente no organismo humano em altos níveis e por longo tempo. Não há ambiente seguro para o ser humano com qualquer concentração de fumaça do cigarro, afirma a pesquisadora do Incor.
Pesquisa com resultados semelhantes, só que realizada em São Paulo, em 2009, será apresentada pelo  Incor em novembro próximo, em um dos principais congressos internacionais de cardiologia, promovido pelo American Heart Association.
Segundo o levantamento do Incor, em áreas fechadas, a concentração de CO foi de 2.60 ppm, antes da lei, e de 1.12 ppm, depois de 12 semanas da proibição do fumo nesses locais. Nas parcialmente fechadas, a concentração foi 2.74 ppm para 1.3 ppm. Em áreas abertas, o nível foi de 2.61 ppm para 1.14 ppm. De acordo com esses dados, a redução da poluição do ar foi de 56,9%, 52,6% e 56,3%, respectivamente.
A redução porcentual da poluição pelo CO nos estabelecimentos cariocas foi um pouco menor que aquela obtida em São Paulo (70%), comenta a pesquisadora do Incor Jaqueline Issa. “Possivelmente isso se deve ao fato de que, já na primeira medição no Rio, vários estabelecimentos, principalmente os restaurantes, já estavam adaptados à condição de ambiente livre de tabaco, em função da lei municipal de 2008”.
Nos países em que a lei de ambiente livre de tabaco vigora há mais tempo, houve redução de 10% a 30% no número de mortes e internações por problemas cardiovasculares. Esse é o resultado que a equipe de pesquisadores do Incor espera encontrar também no Rio de Janeiro e em São Paulo, na segunda fase dos estudos em andamento nesses Estados.


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