quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

6 erros comuns que favorecem o câncer de pele

É preciso corrigir algumas falhas frequentes na hora de se proteger contra o sol para evitar que seu corpo fique à mercê do câncer de pele

por ADRIANA TOLEDO design ANA PAULA MEGDA ilustração NIK NEVES

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O brasileiro não sabe se precaver contra essa ameaça, revelam dados coletados pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) ao longo de 11 anos de Campanha Nacional de Prevenção ao Câncer de Pele e divulgados recentemente. Durante esse período, mais de 350 mil pessoas em 108 municípios receberam atendimento voltado ao diagnóstico do tumor e à orientação sobre prevenção. A análise das entrevistas traz resultados alarmantes: “Cerca de 70% dos participantes declararam que saem ao sol sem filtro”, lamenta o dermatologista Omar Lupi, presidente da SBD. “E apenas 13% utilizam o produto do modo correto.” Outras constatações compõem um cenário de descaso com a pele. Em cidades litorâneas, como o Rio de Janeiro, usa-se menos protetor do que em municípios sem praia, como Brasília. E só 16% dos negros costumam aplicá-lo. Reverter esses equívocos é urgente. “Nós conhecemos a principal causa do câncer pele: a exposição excessiva à radiação ultravioleta. Por isso, resguardar- se adequadamente do sol é o segredo para evitar o problema”, conclui o dermatologista Marcus Maia, da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo.

Não ver que o perigo mora perto da praia

O descuido com o filtro solar no litoral é imperdoável, já que, além da necessidade de se defender dos raios emitidos diretamente pelo sol, é preciso levar em conta que a areia reflete pelo menos 25% dessa radiação, potencializando sua ação nociva. Na água do mar, o efeito espelho é ainda maior. O dermatologista Omar Lupi levanta uma hipótese para a negligência observada entre os cariocas: “Por terem acesso fácil à praia, os moradores do Rio de Janeiro são, em geral, mais bronzeados, o que lhes confere uma falsa sensação de segurança”. Mas a cor do verão não bloqueia totalmente os raios UV, embora promova certa proteção, como você verá a seguir. “E a parcela que consegue atingir o DNA das células da pele provoca danos cumulativos, o que favorece o desenvolvimento do câncer”, afirma Marcus Maia.

Ter a ilusão dos dias cinzentos

É hora de acabar com a crença de que a pele está a salvo em dias nublados. “A maioria da radiação solar consegue ultrapassar uma nuvem clara”, avisa a dermatologista Gisele Rezze, do Hospital A.C. Camargo, em São Paulo. As sombras também são traiçoeiras. “O indivíduo só está protegido quando a cobertura é grande o suficiente para impedir que ele enxergue o céu”, diz Maia. Outro conselho do médico é apostar em guarda-sóis, bonés e roupas confeccionados com tecidos especiais que absorvem a radiação UV e a dissipam, impedindo que afetem as células. “Esses acessórios já estão disponíveis no mercado e são excelentes opções, especialmente para atletas que se exercitam ao ar livre”, comenta.

Achar que os negros estão a salvo

É verdade que o tumor de pele raramente acomete negros e mulatos. “A melanina, pigmento que nos colore, absorve os raios solares, dificultando o acesso e a agressão às células”, esclarece Omar Lupi. Mas nada disso justifica que uma parcela tão pequena dessa população lance mão de protetor. Um erro! “Quando o câncer de pele ocorre nesses indivíduos, a doença tem evolução mais agressiva e com maior probabilidade de metástase”, alerta o dermatologista Adilson Costa, da Pontifícia Universidade Católica de Campinas, no interior paulista. “Portanto, negros devem, sim, usar filtro solar com fator de proteção mínimo de 15”, acrescenta sua colega Gisele Rezze. Os mulatos, então, devem ter cuidado redobrado

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