sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Mal de Alzheimer pode ser combatido por proteína da artrite

Mal de Alzheimer pode ser combatido por proteína da artrite Uma proteína produzida pelo corpo em casos de artrite reumatoide pode ajudar no combate ao surgimento do Alzheimer. É o que afirma um estudo feito por cientistas americanos. Na pesquisa, publicada na revista científica “Journal of Alzheimer's Research”, camundongos que receberam a proteína GM-CSF tiveram desempenho melhor em testes de laboratório envolvendo a memória.

A proteína GM-CSF é uma das substâncias produzidas pelo sistema imunológico em pessoas com artrite reumatoide. Uma versão sintética da proteína já é usada atualmente em tratamentos contra o câncer.

Outra pesquisa já havia identificado que pessoas com artrite reumatoide têm menos tendência a desenvolver o Alzheimer. No entanto, se acreditava que isso acontecia devido ao uso de antiinflamatórios não-esteroides (AINEs).

"Catadores de lixo"

O novo estudo contesta essa tese. Na pesquisa, os cientistas da University of South Florida usaram camundongos geneticamente alterados, com problemas de memória semelhantes ao dos pacientes com Alzheimer.

Os camundongos receberam tratamento com a proteína. Outros ratos receberam um tratamento com placebo, sem efeito algum.

Ao final de 20 dias de pesquisa, os animais que receberam GM-CSF tiveram desempenho consideravelmente melhor em testes de memória e aprendizagem. Camundongos que receberam o placebo não tiveram mudança no seu desempenho.

Os pesquisadores acreditam que a proteína ajuda a formar células especiais – chamadas de microglias – no sangue ao redor do cérebro. Essas células seriam responsáveis pelo combate a placas comumente encontradas em pessoas com Alzheimer.

As microglias funcionam como "catadores de lixo", indo a áreas inflamadas ou danificadas e retirando todas as substâncias tóxicas.

Os cérebros dos camundongos tratados com a proteína GM-CSF tiveram 50% a menos de beta-amiloide, uma substância que forma as placas características do Alzheimer.

Os pesquisadores também observaram um aumento nas conexões das células nervosas do cérebro nos camundongos tratados com GM-CSF, o que poderia explicar o bom desempenho deles nos testes.

Testes com pessoas

O pesquisador Huntington Potter, que liderou a pesquisa, afirma que as conclusões do estudo trazem uma "explicação convincente" sobre por que pessoas com artrite reumatoide têm risco menor de desenvolver Alzheimer.

A leukine, uma versão sintética da proteína usada atualmente em tratamentos contra o câncer, já foi aprovada pela autoridade de saúde americana. Os cientistas defendem agora que a substância seja testada também contra o Alzheimer.

"Nosso estudo e o histórico seguro do remédio sugerem que a leukine deveria ser usada em testes em pessoas como tratamento potencial contra o Alzheimer", afirma Potter.

Especialistas britânicos, que também estudam a doença, afirmam que a experiência é "um passo importante" na pesquisa sobre Alzheimer. No entanto, eles afirmam que é preciso testar se o método funciona em pessoas.

"Resultados positivos em camundongos são o primeiro passo importante em qualquer tratamento novo. É animador ver que a equipe já está planejando o próximo passo crucial, que é o teste com pessoas", afirmou Simon Ridley, diretor de pesquisa da fundação britânica Alzheimer's Research Trust.

Alimentação versus Alzheimer

Uma dieta rica em peixes, frutas e vegetais pode ser eficiente na prevenção à doença de Alzheimer. De acordo com estudos que estão sendo realizados pela Universidade de Toulouse, na França, o ômega-3 e o ginko biloba, por exemplo, têm um efeito preventivo significativo. A pesquisa, que deve durar cinco anos, vai analisar mais de quatro mil pessoas.

Para os portadores da doença, a perda de peso é um problema a ser contornado. Muitos dos pacientes esquecem ou não querem se alimentar, o que pode piorar o prognóstico da doença. Uma das recomendações para evitar o problema é que os familiares controlem o peso, mensalmente, do doente e deem a eles alguma suplementação alimentar, como produtos ricos em proteínas e calorias. Cerca de 30% dos portadores de Alzheimer têm perda de peso corporal de aproximadamente 4% a cada ano.

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