sexta-feira, 15 de outubro de 2010


O câncer de mama é uma doença grave, mas que pode ser curada. Quanto mais cedo ele for detectado, mais fácil será curá-lo
Câncer de Mama - Detecção Precoce
Vicky Emptage/Ilustration works/Corbis/Latin Stock
Se no momento do diagnóstico o tumor tiver menos de 1 centímetro (estágio inicial), as chances de cura chegam a 95%. Quanto maior o tumor, menor a probabilidade de vencer a doença. A detecção precoce é, portanto, uma estratégia fundamental na luta contra o câncer de mama.
Se a detecção precoce é a melhor estratégia, a principal arma para sair vitoriosa dessa luta é a mamografia, realizada uma vez por ano em toda mulher com 40 anos ou mais. É a partir dessa idade que o risco da doença começa a aumentar significativamente.
A mamografia é o único exame diagnóstico capaz de detectar o câncer de mama quando ele ainda tem menos de 1 centímetro. Com esse tamanho, o nódulo ainda não pode ser palpado. Mas é com esse tamanho que ele pode ser curado em até 95% dos casos.

AUTOEXAME

Durante muito tempo, as campanhas de conscientização para o câncer de mama divulgaram a ideia de que o autoexame das mamas, baseado na palpação, era a melhor forma para detectá-lo precocemente. Mas o tempo passou, a medicina evoluiu e as recomendações mudaram.
O autoexame continua sendo importante - mas de forma secundária. Quando o tumor atinge o tamanho suficiente para ser palpado, já não está mais no estágio inicial, e as chances de cura não são máximas.
Infelizmente, ainda há muita desinformação no Brasil. Uma pesquisa realizada em 2008 pelo Datafolha a pedido da Femama revelou que para 82% das mulheres o autoexame é a principal forma de diagnóstico precoce. Apenas 35% apontaram a mamografia.
A incidência do câncer de mama vem crescendo no mundo todo, mas, quando se trata do número de mortes causadas pela doença, as tendências variam. Em países desenvolvidos, a mortalidade vem caindo lentamente, ao passo que nos países em desenvolvimento, como o Brasil, registra-se um gradativo aumento.
Pelo menos parte dessa diferença se deve ao diagnóstico precoce, ainda precário no nosso país. Entre 1999 e 2003, quase metade dos casos de câncer de mama foram diagnosticados em estágios avançados, segundo estudo do Instituto Nacional de Câncer (Inca). Especialistas estimam que mortalidade por câncer de mama em mulheres entre 50 e 69 anos poderia ser reduzida em um terço se todas as brasileiras fossem submetidas à mamografia uma vez por ano.

DIREITO DE TODAS

O Brasil é um país de desigualdades, que são ainda mais evidentes na assistência à saúde. O acesso à mamografia é um exemplo típico, infelizmente. O número de brasileiras que realizam o exame anualmente ainda é muito baixo. As que dispõem de planos de saúde privados têm mais facilidade, mas representam uma pequena parcela da população. A grande maioria depende do Sistema Único de Saúde, em que as dificuldades são bem conhecidas, havendo muitas diferenças de região para região.
Até recentemente, o Ministério da Saúde recomendava que a mamografia anual fosse realizada em mulheres pelo SUS a partir de 50 anos. Mas esse limite de idade mudou com a efetivação da Lei Federal nº 11.664/2008, em vigor a partir de 29 de abril de 2009, garantindo o benefício a partir dos 40 anos.
A Lei Federal nº 11.664/2008 foi uma conquista da Femama e representa um grande avanço na luta contra do câncer de mama. No entanto, ela precisa ser colocada em prática de norte a sul do País, e sem a pressão da sociedade isso pode levar muito tempo, pois são conhecidos os problemas de infraestrutura e de profissionais especializados para atender a essa demanda.

SELO DE QUALIDADE

Outro problema que prejudica a detecção precoce do câncer de mama é a má qualidade das mamografias feitas no País. Numa pesquisa realizada pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca), 77% dos exames foram rejeitados por problemas técnicos relacionados à qualidade da imagem, ao posicionamento incorreto das pacientes e ao uso inadequado dos equipamentos. O resultado é, além de tumores que passam despercebidos e de biópsias desnecessárias, o grande número de mamografias que precisam ser refeitas.
Para combater o problema, o Colégio Brasileiro de Radiologia, em parcer
Os mamógrafos certificados contam com um selo de qualidade, mas eles ainda são minoria. Até o fim de 2008 eram pouco mais de 400, de um total de cerca de 2,4 mil em todo o País. É importante que tantos os médicos quanto as pacientes procurem saber se os mamógrafos dos serviços utilizados têm o selo de qualidade..
ia com o Inca e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), criou, em 2005, um programa de certificação de mamógrafos, que conta com o apoio da Femama e do Instituto Avon.

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